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Notícias » Música Portuguesa Hoje

Programa 13: Os Gêneros Híbridos (Letras)

publicado em 27/03/2020

 

Acima, a chamada para o Programa 13.

 

 

1) Monotone – Naifa

Autor: João Miguel Queirós

 

Antes de saíres para o trabalho,

arrumas à pressa o dia anterior

Para debaixo da cama.

Antes de saíres para o trabalho,

guardas o coração ainda adormecido bem dentro do teu corpo

Ainda adormecido…

 

E esqueces essa canção que já não passa na rádio

Mas que vive secretamente dentro de ti.

Fechas a porta à chave com duas voltas e sais.

 

Parada junto à passadeira, protegida num gesto ledo

Fixas o olhar na sombra dos carros que passam.

Esperas pelo sábado,

Pelo feriado e as suas pontes,

Pelas férias para ouvires as tuas canções.

Sentes-te longe, silenciosa de luz.

 

E esqueces essa canção que já não passa na rádio

Mas que vive secretamente dentro de ti.

Fechas a porta à chave com duas voltas e sais.

 

E esqueces essa canção que já não passa na rádio

Mas que vive secretamente dentro de ti.

Fechas a porta à chave com duas voltas e sais.

 

 

2) Teorias – Salto

Autores: Gui Tomé Ribeiro, Luis Montenegro

 

Ficamos sentados a imaginar amanhãs

Sonhamos todos os dias

Perdemos o dia sem passar pela manhã

Crescemos em teorias

 

Rimos pr'acalmar

Se isto não colar

Subimos escadas sem saber onde iam dar

Tentámos todos os dias

 

E fizemos as contas de como viver

E não perdemos a alegria

Escrevemos dois versos sobre um mundo melhor

Os mesmos todos os dias

 

Rimos pr'acalmar

Se isto não pegar

São só dias que nos enchem as mãos

E são sonhos maiores que um não

 

São só teorias que nos tiram razão

E são dias melhores que virão

São só dias que nos enchem as mãos

E são sonhos maiores que um não

 

São só teorias que nos tiram razão

E são versos melhores que virão

Cantámos ideias sobre um mundo melhor

Falhámos todos os dias

 

Escrevemos canções que importassem cantar

Sem querer impor teorias

Rimos pr'acalmar

Se isto não pegar

 

São só dias que nos enchem as mãos

E são sonhos maiores que um não

São só teorias que nos tiram razão

E são dias melhores que virão

 

São só dias que nos enchem as mãos

E são sonhos maiores que um não

São só teorias que nos tiram razão

E são versos melhores que virão

 

 

3) This is maybe the place where trains are going to sleep at night – Noiserv

Autor: David Santos (Noiserv)

 

I just wanna stop when the guys come back again

I will put you down

Just try the best you can, if you fail in the end you will try again

Take a walk in self defense when you talk they will let you in you will try again

Take myself into the water take something bad too

I will put you down…

 

 

4) Quando te vi – Luísa Sobral

Autora: Luísa Sobral

 

Quando eu te vi pela primeira vez

Meu coração freguês há muito te buscava

Eu sorri e dei-te a minha mão

E logo desde então sorri só pra ti

 

Quando eu te vi pela última vez

Levavas uma flor e um beijo embrulhado

E assim chorando compreendi

Que não sorrias só para mim

 

E nunca mais voltaste

Partiste n'outra missão

Sorrir a quem sorri

E só então

Fazer chorar o coração

 

Quando eu te vi pela primeira vez

Deixei a insensatez ao falar baixinho

Vi o amor, amei e agora sei

Não sou ninguém mais ninguém

 

 

5) Parei na madrugada – OqueStrada

Autor: António Variações

 

Parei na madrugada

eu que te criei

com todo o meu pensamento

figura do meu olhar

 

Eu que te busquei

corri o mundo

gastei o tempo

fiz-me maduro p'ra te encontrar

 

E um dia que te encontrei

finalmente que te encontrei

não me deixaste gostar de ti

 

Eu que por ti andei escondido

ausente d'outro sentido

que o sonho foi

foi sempre teu

 

Por ti eu

quis ser tudo e nada

o sim que te agrada

 

Por ti fiquei

parei na madrugada

 

 

6) Caminhos Turvos – Dazkarieh

Autora: Joana Negrão

 

Caminhando vi luz que embala

Sentir que escapa ao olhar

Forte percorri nova estrada

em trilhos por semear

 

Querer dominar destino oculto

Momento por decifrar

Vida que adormece, em longo luto

Quimeras por alcançar

 

Querer agarrar ondas de loucura

Num momento sem pensar

Ilusão de mais de longe perdura

Mão que urge curar

 

Voz que entoa paz profunda

Clama em se descobrir

Grita pra revelar segredos a perseguir

 

Teias que tecem tons escuros

Para me aprisionar

Grito pra libertar demónios

Livre pensar

 

Despertando um sol que emane

Luz no meu jardim

Sentinela nua e crua

Chama por mim

 

Libertando amarra turva

De um silêncio tal

Emergir pra sempre duma sombra infernal

 

Vir de um sono profundo

O mundo agarrar

Querer desvendar futuro

Duvidar

 

Caminhando vi luz que embala

Sentir que escapa ao olhar

Forte percorri mar que leva a trilhos por semear

 

Caminhando vi luz que embala

Sentir que escapa ao olhar

Mapa onde encontrei cor divina

De prantos a sussurrar.

 

 

7) Novelos da Paixão – Mão Morta

Autor: Adolfo Luxúria Canibal

 

Dou por mim podia suspirar

Pelos os teus olhos verde-mar

Agarrada ao televisor, como um velho caçador

Só à espera de te ver e desfrutos de lazer

Nesse anúncio ao shampô inspirador por?

 

É mais perceber como voa um avião

É mais fácil antever a chegada de um tufão

Do que achar o manual de instruções para deslindar

Os novelos da paixão

 

Quando surges no ecrã pelo meio da manhã

Com o teu jeito de sorrir, a tua pele reluzir

Numa imagem estival que te deixa sem igual

A mortalha me mordês num amor sem arnês

 

É mais perceber como voa um avião

É mais fácil antever a chegada de um tufão

Do que achar o manual de instruções para deslindar

Os novelos da paixão

 

E se afago a tua pele sinto o frio pixel

Numa vaga de prazer que me põe todo a tremer

 

É mais perceber como voa um avião

É mais fácil antever a chegada de um tufão

Do que achar o manual de instruções para deslindar

Os novelos da paixão

 

 

8) Avesso – Peixe: Avião

Autor: Ronaldo Fonseca

 

Num pulsar de gravidade

Tiro o que tocar

Mão que deixa de amparar

Nem deixa a luz fugir

Estando perto, quem cai

Tem sorte se escapar

Do buraco, que segura tudo

Em volta, no que tocar

Em que nada se escapa, tudo passa

Tudo gira, dando voltas do avesso

 

Ser um mapa que perdeu

Os pontos cardeais, não há bússola

Que faz com que não perca o chão

 

Estando perto, quem cai

Tem sorte se escapar

 

Do buraco, que segura tudo em volta

No que tocar em que nada se escapa

Tudo passa tudo gira, dando voltas

Drenado de cor, e de espaço, fica

O pó, que me veste sem que nada aconteça

Tudo para, pouco fica, dando voltas do avesso

 

 

9) Vem nadar ao mar que enterra – Ermo

Autores: António Costa, Bernardo Barbosa

 

Vem nadar ao mar que enterrra

Afogar na mágoa a regra

Sofrer por sonhar, nadar

Vem tentar chegar, falhar

 

Vim buscar o longe ao perto

O mar também é deserto

Onde eu me vim banhar

Na água do meu chorar

 

Vem molhar os pés na areia

Vem secar a maré cheia

Para só poderes lembrar

Um deserto que era o mar

 

Vim buscar a minha herança

Esperar nada com esperança

Só areia para agarrar, vem tentar

 

Sou capaz

Incapaz

Como o mar

Onde estás (?)

Faz um nó

Cego e só

 

Quando o mar então secar

 

 

10) Celulitite – Conan Osiris

Autor: Conan Osiris

 

Oh mor, oh mor

Solta os cães e traz o lixo

Oh mor, oh mor

Vou te comprar um cochicho

 

'Pa ver se eu te abaixo o baixo

'Pa te arrancar o sangacho

'Pa te arrastar o tarracho

'Po bicho matar a bichar

 

Dá-lhe um cu dum nenuco

Dê-lhe um cu dum nenuco eunuco

Dá-lhe um cu dum nenuco

E aproveita e diz-me

 

Quem quer saber da celulite?

Quer saber do seu limite

Para amar o seu limite?

 

Ninguém quer saber da celulite

Quer saber do seu limite

Para amar o seu limite

 

Eu 'tou me a cagar

Eu 'tou me a cagar

'Pa celulite

 

Mama solta a celulite yaya

A polícia 'tá a pensar que é dinamite yaya

Chama o melhor canalizador da city

Pede sanita infinita

Que o teu cu não tem limite yaya

 

Ali pisaste, ali ficaste

Ali partiste a party com o lípido que abanaste

Paulatinamente, praticamente nunca papaste

Trabalhas 'pa patrulha pela pata que apanhaste

 

Olhu nheque-nheque-nhiqui ai ai

Eu quero ver-te a dar o nheque-nheque-nhiqui ai ai

Olhu nheque-nheque-nhiqui ai ai

Eu quero ver-te a dar o nheque-nheque-nhiqui ai ai

 

Dá-lhe um cu dum nenuco

Dê-lhe um cu dum nenuco eunuco

Dá-lhe um cu dum nenuco

E aproveita e diz-me

 

Quem quer saber da celulite?

Quer saber do seu limite

Para amar o seu limite?

 

Ninguém quer saber da celulite

Quer saber do seu limite

Para amar o seu limite

 

Eu 'tou me a cagar

Eu 'tou me a cagar

E tu também devias 'tar

 

Tu não tens celulite

Tens celulitite

Mania que tem celulite

 

Mas é só mania

Tu não tens celulite

Tens celulitite

 

Mania que tem celulite

Mas é só mania

Quem quer saber da celulite?

 

Quer saber do seu limite

Para amar o seu limite?

Ninguém quer saber da celulite

 

Quer saber do seu limite

Para amar o seu limite

 

Eu 'tou me a cagar

E tu também devias 'tar

 

 

11) So Sodade (com Dino d'Santiago) – Stereossauro

Autores: Dino d’Santiago e Stereossauro

 

[Verso 1: Dino D'Santiago]

Como nos bons velhos tempos

Vou sacudir o meu pó

Na melodia de Caetano

Sinto-me só, sozinho

Vem, ser Cleópatra em Lisboa

Ou Evita em Luanda

Vem ser rainha Peron

So bo ki ta manda

 

[Refrão: Dino D'Santiago]

So saudade

So saudade (deixa fluir)

So saudade

So saudade

 

[Verso 2: Dino D'Santiago]

Hoje não quero lamentos

Nem tão pouco lutar (não)

Vou abrir esta porta para poder viajar

Chega de provar por A + B

Em criolo ou português

Que esta vida é um dança

Entra no tempo e deixa fluir

 

[Refrão: Dino D'Santiago]

So saudade

So saudade

So saudade

So saudade (deixa fluir)

 

So saudade

So saudade

So saudade

So saudade

 

 

12) FFFFF – Stereossauro (com Sr. Preto – pseudônimo de Chullage)

Autores: Chullage e Stereossauro

 

Tudo isto

Tudo .. é ... tudo é

Tudo isto é triste

Tudo isto é fado

Tudo isto

Tudo

Tudo isto é é é

Tudo isto é fado

 

[Verso 1: Sr.Preto]

Fode e deita Fora

Fast Foda, Fast Friends

Fast food

Feed e deita Fora

Fast Culture, Fast-Foward

Fast-tudo!

Re-Fill

As Festas, as Faixas, as Fotos, as Flix

I wanna Feel, Full again, novas caras no desfile

Novas taras, novo trill

Quero 'tar aqui, quero 'tar ali, quero 'tar a mil

Quero ser assunto, ser notícia, ter múltiplos de mil

Click's no meu perfil

Quero ser o tal, no meio de Mil

Quero ser viral, quero ser viril

Follow me, Follow me

Quero ter appeal

Quero ser a story

Quero ser o filme

De Ficção faz-se facto

Já ninguém confere

Cidadão só é de facto

Consoante o que houver

'Well fare, war fare

Não importa quem se fere

Notícia, fictícia

Algoritmo software

Toda a gente é igual

Naquilo que difere

Chupa no mesmo Falo

Onde Fundo se transfere

É fashion ser-se facho

Fica bonito com flare

Mete filtro, mete flash

Mete na cloud no air

Falácias, felacios

Tudo é public affair

Post-mortem

Vanity fair

'Tá Bater mete um bass

Mete um kick mete um snare

Faz um coment

Faz um Like

Faz uma story

Faz um Share

 

[Sample]

Tudo isto

Tudo é pop tudo é hype

Tudo isto é é é

Tudo isto é fado

 

[Refrão: Sr. Preto]

Fado, Futebol, Fátima, Festivais e Facebook

Tudo é hip-hop, tudo é pop tudo é hype

Tudo isto é fado

 

Fado, Futebol, Fátima, Festivais e Facebook

Tudo é hip-hop, tudo é pop tudo é hype

Tudo isto é fado

 

[Verso 2: Sr.Preto]

Full Frame

15 minutos de Fame

Fama show

Fuxico, Falatório

Frases feitas, Contra-feitas, e Flow

A 60 Frames por segundo

Com paragens em Slow-mo

Go Sista, Go Bro, say cheese

No topo da pirâmide há uma Go-Pro

Freeze

Bodies swinging in the Southern Breeze

Strange Fruit e Loops

Chop and Flip

Todos querem uma Fatia

'Tá tudo a dar o Flip

Flips e Flops, Fado, Fado

Hip e Hops, Indie e Fado

Tudo é pop, tudo é fado

Tudo é Hype, Fladu-Fladu

 

[Sample]

Tudo isto

Tudo é pop tudo é hype

Tudo isto é fado

 

[Refrão: Sr. Preto]

Fado, Futebol, Fátima, Festivais e Facebook

Tudo é hip-hop, tudo é pop tudo é hype

Tudo isto é fado

 

Fado, Futebol, Fátima, Festivais e Facebook

Tudo é hip-hop, tudo é pop tudo é hype

Tudo isto é fado

 

Fado, Futebol, Fátima, Festivais e Facebook

Tudo é hip-hop, tudo é pop tudo é hype

 

Fado, Futebol, Fátima, Festivais e Facebook

 

 

13) Vento – Stereossauro (com Gisela João)

Autor: Stereossauro

 

Quando a tua voz

Entrou na minha casa

Abri as janelas

Abri as minhas asas

O vento soprou para nós

Levou-nos a todo lado

Soltei as veias

Esqueci todo o meu fado

 

Vivemos os dois um conto de fadas

Deixa para depois

As tristezas e as mágoas

Vamos viver, amor

Ao sabor deste vento

Deixa para depois

O choro e o lamento

 

Quando a tua voz

Saiu da minha casa

Fechei as janelas

Fechei as minhas asas

O vento não sopra mais

E a tristeza mora ao lado

Apaguei a vela

E lembrei-me deste fado

 

Disse-me numa voz

Dá tempo ao tempo

Deixa no coração, entrar o esquecimento

Disse-me que o céu não é sempre cinzento

Vai, volta a voar

Nas asas de outro vento