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Programa 4: António Variações (Letras)

publicado em 23/01/2020

 

Acima, a chamada para o Programa 4.

 

Todas as faixas são de autoria de António Variações, exceto a 03.

 

1) Estou além (Anjo da guarda – 1983)

 

Não consigo dominar

Este estado de ansiedade

A pressa de chegar

Pra não chegar tarde

Não sei de que é que eu fujo

Será desta solidão

Mas porque é que eu recuso

Quem quer dar-me a mão

 

Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar

Porque até aqui eu só

 

Quero quem

Quem eu nunca vi

Porque eu só quero quem

Quem não conheci

Porque eu só quero quem

Quem eu nunca vi

Porque eu só quero quem

Quem não conheci

Porque eu só quero quem

Quem eu nunca vi

 

Esta insatisfação

Não consigo compreender

Sempre esta sensação

Que estou a perder

Tenho pressa de sair

Quero sentir ao chegar

Vontade de partir

Pra outro lugar

 

Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar

Porque até aqui eu só

 

Estou bem

Aonde não estou

Porque eu só quero ir

Aonde eu não vou

Porque eu só estou bem

Aonde não estou

Porque eu só quero ir

Aonde eu não vou

Porque eu só estou bem

Aonde não estou

 

Esta insatisfação

Não consigo compreender

Sempre esta sensação

Que estou a perder

Tenho pressa de sair

Quero sentir ao chegar

Vontade de partir

P'ra outro lugar

 

Vou continuar a procurar a minha forma, o meu lugar

Porque até aqui eu só

 

Estou bem

Aonde não estou

Porque eu só quero ir

Aonde eu não vou

Porque eu só estou bem

Aonde não estou

Porque eu só quero ir

Aonde eu não vou

Porque eu só estou bem

Aonde não estou

 

 

2) O corpo é que paga (Anjo da guarda – 1983)

 

Quando a cabeça

Quando a cabeça não tem juízo

Quando te esforças mais do que é preciso

O corpo é que paga

O corpo é que paga

Deix'ó pagar deix'ó pagar

Se tu estás a gostar

 

Quando a cabeça não se liberta

Das frustrações, inibições

Toda essa força que te aperta

O corpo é que sofre

As privações, mutilações

 

Quando a cabeça está convencida

De que ela é a oitava maravilha

O corpo é que sofre

O corpo é que sofre

Deix'ó sofrer deix'ó sofrer

Se isso te dá prazer

 

Quando a cabeça está nessa confusão

Estás sem saber que hás de fazer

Ingeres tudo o que te vem à mão

O corpo é que fica

Fica a cair sem resistir

 

Quando a cabeça rola p'ró abismo

Tu não controlas esse nervosismo

A unha é que paga

A unha é que paga

Não paras de roer

Nem que esteja a doer

 

Quando a cabeça não tem juízo

E consomes mais do que é preciso

O corpo é que paga

O corpo é que paga

Deix'ó pagar deix'ó pagar

Se tu estás a gostar

 

Deix'ó sofrer deix'ó sofrer

Se isso te dá prazer

 

Deix'ó cantar deix'ó cantar

Se tu estás a gostar

 

Deix'ó deitar deix'ó deitar

Se tu estás a gostar

 

Deix'ó gritar deix'ó gritar

Se te estás a libertar

 

 

3) Povo que lavas no rio (Anjo da guarda – 1983)

Joaquim Campos / Pedro Homem de Mello

 

Povo que lavas no rio

Que talhas com o teu machado

As tábuas do meu caixão

 

Povo que lavas no rio

Que talhas com o teu machado

As tábuas do meu caixão

 

Pode haver quem te defenda

Quem compre o teu chão sagrado

Mas a tua vida não

 

Pode haver quem te defenda

Quem compre o teu chão sagrado

Mas a tua vida não

 

Fui ter à mesa redonda

Beber em malga que esconda

Um beijo de mão em mão

 

Fui ter à mesa redonda

Beber em malga que esconda

Um beijo de mão em mão

 

Era o vinho que me deste

Água pura, fruto agreste

Mas a tua vida não

 

Era o vinho que me deste

Água pura, fruto agreste

Mas a tua vida não

 

Aromas de urze e de lama

Dormi com eles na cama

Tive a mesma condição

 

Aromas de urze e de lama

Dormi com eles na cama

Tive a mesma condição

 

Povo, povo, eu te pertenço

Deste-me alturas de incenso

Mas a tua vida não

 

Povo, povo, eu te pertenço

Deste-me alturas de incenso

Mas a tua vida não

 

 

4) Quando fala um português (Anjo da guarda – 1983)

 

Quando fala um português

Falam dois ou três

E o seu número a aumentar.

 

Quando fala um português

Falam dois ou três

E o seu número a aumentar.

 

Sãos tantos a falar

Ai! São tantos a falar

 

Quando fala um português

Falam dois ou três

Todos se querem escutar

Ninguém espera a sua vez

Ah! ninguém se quer calar

Pois tem direito a respeitar

Mas a conversa está a aquecer

Ai já estão a desconversar

Já ninguém se está a entender

Ai! Já estão todos a gritar

Ai! Que o insulto é de corar

A ameaça está no ar

E o punho está-se a fechar

Com tendência a piorar

E eu não paro de atiçar...

 

Quando fala um português

Falam dois ou três

E o seu número a aumentar.

 

Quando fala um português

Falam dois ou três

E o seu número a aumentar.

 

Sãos tantos a falar

Ai! São tantos a falar

Quando fala um português…

 

 

5) É prá amanhã (Anjo da guarda – 1983)

 

É pra amanhã

Bem podias fazer hoje

Porque amanhã sei que voltas a adiar

E tu bem sabes como o tempo foge

Mas nada fazes para o agarrar

 

Foi mais um dia e tu nada fizeste

Um dia a mais tu pensas que não faz mal

Vem outro dia e tudo se repete

E vais deixando ficar tudo igual

 

É pra amanhã

Bem podias viver hoje

Porque amanhã quem sabe se vais cá estar

Ai tu bem sabes como a vida foge

Mesmo de quem diz que está p'ra durar

 

Foi mais um dia e tu nada viveste

Deixas passar os dias sempre iguais

Quando pensares no tempo que perdeste

Então tu queres mas é tarde demais

 

É pra amanhã

Deixa lá não faças hoje

Porque amanhã tudo se há de arranjar

Ai tu bem sabes que o trabalho foge

Mesmo de quem diz que quer trabalhar

 

Eu sei que tu andas a procurar

Esse lugar que acerte bem contigo

Do que aparece tu não consegues gostar

E do que gostas já está preenchido

 

É pra amanhã

Bem podias fazer hoje

Porque amanhã sei que voltas a adiar

Ai tu bem sabes como o tempo foge

Mas nada fazes para o agarrar

 

É pra amanhã

Bem podias viver hoje

Porque amanhã quem sabe se vais cá estar

Ai tu bem sabes como a vida foge

Mesmo que penses que esta p'ra durar

 

É pra amanhã

Deixa lá não faças hoje

Porque amanhã tudo se há de arranjar

Ai tu bem sabes que o trabalho foge

Mesmo de quem diz que quer trabalhar

 

 

6) Sempre ausente (Anjo da guarda – 1983)

 

Diz-me que solidão é essa

Que te põe a falar sozinho

Diz-me que conversa

Estás a ter contigo

 

Diz-me que desprezo é esse

Que não olhas para quem quer que seja

Ou pensas que não existes

Ninguém que te veja

 

Que viagem é essa

Que te diriges em todos os sentidos

Andas em busca dos sonhos perdidos

 

Lá vai o maluco

Lá vai o demente

Lá vai ele a passar

Assim te chama toda essa gente

 

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar

 

Diz-me que loucura é essa

Que te veste de fantasia

Diz-me que te liberta

Da vida vazia

 

Diz-me que distância é essa

Que levas no teu olhar

Que ânsia e que pressa

Que queres alcançar

 

Que viagem é essa

Que te diriges em todos os sentidos

Andas em busca dos sonhos perdidos

 

Lá vai o maluco

Lá vai o demente

Lá vai ele a passar

Assim te chama toda essa gente

 

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar

Mas eu estou sempre ausente e não me conseguem alcançar

 

Não me conseguem alcançar

 

 

7) Canção de engate (Dar e receber – 1984)

 

Tu estás livre e eu estou livre

E há uma noite para passar

Porque não vamos unidos

Porque não vamos ficar

Na aventura dos sentidos

 

Tu estás só e eu mais só estou

Tu que tens o meu olhar

Tens a minha mão aberta

À espera de se fechar

Nessa tua mão deserta

 

Vem que amor

Não é o tempo

Nem é o tempo

Que o faz

Vem que amor

É o momento

Em que eu me dou

Em que te dás

 

Tu que buscas companhia

E eu que busco quem quiser

Ser o fim desta energia

Ser um corpo de prazer

Ser o fim de mais um dia

 

Tu continuas à espera

Do melhor que já não vem

E a esperança foi encontrada

Antes de ti por alguém

E eu sou melhor que nada

Refrão (3x)

 

 

8) Deolinda de Jesus (Dar e receber – 1984)

 

A minha mãe é a mãe mais bonita,

Desculpem, mas é a maior

 

Não admira, foi por mim escolhida,

E o meu gosto é o melhor

 

E esta é a canção mais feliz,

Feliz eu que a posso cantar,

 

É o meu maior grito de vida

Foi o seu grito o meu despertar,

 

Canção de mãe é sorrir,

Canção de berço de embalar,

 

Melodia de dormir,

Mãe ternura a aconchegar,

 

Canção de mãe é sorrir,

Gosto de ver e ouvir,

Voz imagem de sonhar,

 

Imagem viva lembrança,

Que faz de mim a criança,

Que gosta de recordar

 

A minha mãe

É a mãe mais amiga,

 

Certeza, com que posso contar,

E nem por isso, sou a imagem que queria,

 

Mas sempre me soube aceitar,

Razão de mãe é dizer,

 

Mãe cuidado a aconselhar

Os cuidados que hei de ter

As defesas a cuidar

Saudade mãe é escrever

 

Carta que vou receber

Notícia de me alegrar

 

Cartas visitas encontros

Essa troca que nós somos

Este prazer de trocar

 

Canção de mãe é sorrir

Gosto de ver e ouvir

A ternura de cantar

 

 

9) Maria Albertina (Humanos – 2004)

 

Maria Albertina deixa que eu te diga....

Maria Albertina deixa que eu te diga....

 

Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas

é cá da terra e tem

tem muito encanto

Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas

é cá da terra e tem

tem muito encanto

 

Maria Albertina como foste nessa

de chamar Vanessa à tua menina

Maria Albertina como foste nessa

de chamar Vanessa à tua menina

 

Maria Albertina deixa que eu te diga....

Maria Albertina deixa que eu te diga....

 

Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas

é cá da terra e tem

tem muito encanto

Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas

é cá da terra e tem

tem muito encanto

 

Maria Albertina como foste nessa

de chamar Vanessa à tua menina

Maria Albertina como foste nessa

de chamar Vanessa à tua menina

 

Maria Albertina deixa que eu te diga....

Maria Albertina deixa que eu te diga....

 

Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas

é cá da terra e tem

tem muito encanto

Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas

é cá da terra e tem

tem muito encanto

 

Maria Albertina como foste nessa

de chamar Vanessa à tua menina

Maria Albertina como foste nessa

de chamar Vanessa à tua menina

 

que é bem cheinha e muito moreninha

 

 

10) Muda de vida (Humanos ao Vivo – 2006)

 

Muda de vida, se tu não vives satisfeito

Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar!

Muda de vida, não deves viver contrafeito

Muda de vida se há vida em ti a latejar

 

Ver-te sorrir, eu nunca te vi

E a cantar, eu nunca te ouvi

Será de ti ou pensas que tens que ser assim

 

Ver-te sorrir eu nunca te vi

E a cantar, eu nunca te ouvi

Será de ti ou pensas que tens que ser assim

 

Olha que a vida não

Não é nem deve ser

Como um castigo que

Tu terás que viver

 

Muda de vida se tu não vives satisfeito

Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar

Muda de vida, não deves viver contrafeito

Muda de vida se há vida em ti a latejar